De acordo com o que Babak Taghvaee escreve no mais recente número da
revista Combat Aircraft, a frota de aviões de caça F-14 «Tomcat» da
força aérea iraniana passou os últimos nove anos a perseguir objetos
voadores não identificados (OVNI), misteriosos e brilhantes, sobre as
instalações nucleares iranianas.
As autoridades iranianas acreditam que os objetos são drones de
espionagem pertencentes à Agência Central de Inteligência (CIA) dos
Estados Unidos da América, enviados para detetarem o alegado programa de
armas nucleares de Teerão. Mas atribuem a estes alegados Veículos
Aéreos Não Tripulados (UAV, sigla em inglês) características de voo e
capacidades muito além das que qualquer drone conhecido pode alcançar. E
só no ano passado um dos potenciais robôs voadores aparentemente abateu
um F-14 que tentava intercetá-lo.
Tomcats e o nuclear
Ao longo das décadas, Teerão construiu três grandes instalações
nucleares que poderiam, em teoria, ser usados para desenvolver armas
atómicas: reatores em Bushehr e Arak e uma fábrica de enriquecimento de
urânio em Natanz. Esta infraestrutura tornou-se de conhecimento público,
em 2002. Sem dúvida que a CIA desenvolveu um forte interesse. «Um certo
número de UAV foi enviado para colher informação para que os EUA se
preparassem para um possível ataque», escreve Babak Taghvaee.
Para proteger as instalações nucleares, em 2004 o Irão enviou uma
força de oito caças F -4E e oito F- 14, além de um Boeing 707 e um
Hercules C-130 equipados com sensores e rádios para comando e controlo. A
esquadrilha encontrou o que acreditava serem drones da CIA com
«características de voo surpreendentes».
Os UAVs conseguiram interferir com os radares e perturbar os sistemas
de navegação dos aviões intercetores. Voaram «para fora da atmosfera» a
velocidades de até Mach 10. Também conseguiam pairar. Quando voavam à
noite, emitiam uma luz azul que lhes valeu o nome de «objetos
luminosos».
«Em vários casos, os F-14 enfrentaram-nos, mas não foram capazes de
operar corretamente os seus sistemas de armamento», escreve Babak
Taghvae. Um Tomcat que descolou em 26 de janeiro de 2013 para intercetar
um desses objetos luminosos explodiu misteriosamente, matando os dois
tripulantes. O autor do artigo sugere que o suposto UAV foi, de alguma
forma, responsável, já que o F-14 em questão era «um dos mais aptos» dos
Tomcats ainda em serviço.
Sim, mas…
É do conhecimento de todos que a CIA e o Pentágono fazem voar aviões
de reconhecimento por perto – e até mesmo por cima – das instalações
nucleares iranianas. No final de 2013 e de novo em março passado, os
caças iranianos tentaram intercetar drones Predator americanos fora do
espaço aéreo iraniano. No incidente de março, um avião furtivo de
combate F-22 da Força Aérea dos Estados Unidos da América bloqueou a
interseção com algumas manobras ao estilo Top Gun.
Em 2009, a Força Aérea dos EUA revelou a existência de um novo robô,
anteriormente secreto, operado em conjunto com a CIA. O RQ-170 Sentinel
foi colocado no sul do Afeganistão, a uma curta distância de voo dentro
do Irão. Em dezembro de 2011, um Sentinel caiu na fronteira entre o
Afeganistão e o Irão e foi capturado por tropas iranianas.
Nem o Predator nem o Sentinel conseguem voar a grandes altitudes nem
conseguem pairar nem sequer emitem luz azul. E nenhum deles tem energia
elétrica suficiente para baralhar sistemas de navegação.
Abundam rumores que afirmam que a Força Aérea dos EUA e a CIA estão a
operar um novo drone furtivo que ainda não foi mostrado ao público. Mas
é pouco provável que o novo UAV seja capaz de atingir a velocidade
hipersónica Mach-10 – o Pentágono está com dificuldades em atingir Mach
5.
Sendo assim, se os F-14 iranianos anda a perseguir OVNIs rápidos, que
voam a grandes altitudes e são letais, o que serão eles exatamente?
FONTE: Quero Saber
F-14 Iraniano